O que é a nova economia?

Foto do Gus Benke.

Foto do Gus Benke.

Poderíamos partir da história lembrando a direção tomada em 1990 para a era da economia baseada em serviços ou ainda contar feitos das empresas que têm implantado indicadores de sustentabilidade, de impacto e ainda novas relações de trabalho e de metodologias online e offline que têm transformado as organizações mundo afora. Mas, para falar do surgimento do novo, preferimos começar de uma forma mais ampla.

De nosso ponto de vista, a nova economia é um termo além da história, ele fala de nossa capacidade de transformar, ressignificar, inovar.

Dessa perspectiva, os negócios têm a oportunidade de evoluir seus espaços produtivos, seus processos, relações e marcas. Essa evolução pode se dar por diversas motivações: aumento de capital, aumento de reconhecimento de mercado, ampliação da satisfação dos colaboradores, melhorias da comunidade em seu entorno, ampliação do público alvo e por aí vai. 

Os negócios da nova economia podem partir de objetivos como citados acima, mas também podem ter um outro grau de sofisticação: a sua motivação de existir. Quando falamos de Branding, posicionamento, propósito e “por quê”, podemos desenvolver uma visão de algo bonito filosoficamente, mas ele apenas terá valor se estiver conectado com as necessidades do mundo, que também estão em constante transformação.

No livro Esperança Ativa (que inclusive já indicamos nas nossas redes sociais) há 3 perspectivas para esse tempo da nova economia. 

A primeira é a chamada Business As Usual onde o desenvolvimento tecnológico e econômico tornou vários aspectos de nossa vida mais fáceis que entendemos que o certo é seguir ao infinito e além, crescendo a qualquer custo. Essa história fala de manter-se à frente, de promover o consumo e crescimento econômico como algo essencialmente bom, sem outras alternativas. É onde muitos de nós estamos hoje, pois aprendemos assim e parece que não tem jeito de ser diferente. Nos acostumamos com as coisas do jeito que elas são.

A segunda perspectiva é O Grande Desmoronamento. Ela traz um ponto de vista diferente, onde se fala das mudanças climáticas, do declínio econômico, do esgotamento de recursos, pandemias e extinção em massa de espécies. Com o planeta e sociedade em crise, essa visão pode soar como uma história de terror que sobrecarrega, frustra e nos paralisa. 

A terceira chama-se A Grande Virada e já vem acontecendo há algum tempo. É como vemos a nova economia. Ao escolhermos não apoiar  comportamentos, produtos e empresas que sabemos que são nocivos à nossa espécie ou ao planeta, já estamos de alguma forma envolvidos com A Grande Virada. Ao escolhermos investir, sempre que possível, em tecnologias de construção sustentáveis, alimentos orgânicos, em empresas que geram retorno financeiro e  também retorno social e ambiental, já estamos escolhendo sistemas e práticas que dão suporte à vida. 

“Uma grande história e uma vida satisfatória compartilham um elemento vital: um enredo estimulante que se direciona para objetivos significativos, onde o que está em jogo está muito além de nossos ganhos e perdas pessoais. A Grande virada é essa história.” Joanna Macy

Com essa história, os objetivos e metas podem ser desenhados com uma motivação mais ampla. Assim alcançá-los se torna algo menos endurecido e mais prazeroso, o que gera mais confiança interna.

No livro, Joanna Macy descreve que A Grande Virada é marcada por um revigorante senso de pertencimento no mundo, onde as empresas têm um papel muito importante e que muitas delas nem desconfiam.

Muitas organizações já fazem parte dessa nova economia e dessa Grande Virada - elas estão nutrindo uma visão mais consciente e baseada em referenciais humanos, que geram uma prosperidade além de números.

Em qual das três perspectivas você enxerga o seu negócio hoje? Que ações você vê que já estão afinadas com a Grande Virada? Conte para nós aqui em baixo.

Lembre-se que se seu negócio não está no lugar que você gostaria de estar, está tudo bem! O primeiro passo é reconhecer o cenário atual para então começar a desenhar um novo, um passo de cada vez.

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