Marketing não é um departamento

Começaremos esse texto com uma boa notícia: O que você vai encontrar aqui não perde validade com o fim de uma rede social, nem envelhece com a próxima geração. Não depende de tendências, nem de algoritmos.

É sobre algo que continua mesmo quando tudo no entorno se transforma: a cultura que sustenta uma marca viva.

O que ainda não mudou — e o que está mudando

Durante muito tempo, marketing foi entendido como um setor responsável por criar campanhas, divulgar produtos e convencer pessoas.

Em algumas categorias de negócio essa lógica segue sendo sustentada, mas cada vez mais empresas (inclusive do varejo) percebem o desgaste de comunicar sem coerência e motivação claras. Isso que chamávamos de marketing começa a dar sinais de desgaste — não pelo que é dito, mas pela falta de lastro interno.

Em resumo, estamos percebendo que não adianta acertar o tom de voz se a movimentação da organização diz outra coisa. 

Cultura como origem da linguagem 

O que uma marca é, faz ou fala ao mundo começa bem antes de qualquer briefing. São as decisões de bastidores sobre recursos, a maneira com que troca informações internamente, as escolhas de fornecedores, o jeito de engajar as pessoas.

A cultura organiza os símbolos que usamos para existir num determinado mundo. E toda cultura, cedo ou tarde, comunica. A questão é se estamos atentos a que cultura queremos nutrir, cultivar.

O que sustenta uma cultura viva?

Clareza de identidade, reconhecimento da biografia. Coerência nas práticas, espaço para transformá-las. Coragem de escutar clientes, parceiros e fornecedores. Uma marca não fica pronta — ela é cultivada.

O marketing que não quer convencer, mas que pode inspirar

Existe um marketing que não força, não inflama, não grita.Que não parte da ideia de gerar necessidade ou picos de venda, mas sim cultivar valor.

É o marketing que nasce quando a identidade está tão clara que se torna expressiva por si só. Não há esforço de convencimento, há presença. E a presença comunica numa potência que não tem OKR que resolva (ainda que possam ser escolhidas OKRs como norte).

A cultura de marca não serve apenas para campanhas

Cada gesto da organização comunica. O jeito de dar feedback, de contratar, de se despedir, de acolher. 

O tecido que ampara a experiência de todos os envolvidos: colaboradores, parceiros, fornecedores, clientes dá o contorno da cultura.

Quando isso está claro, o branding deixa de ser ferramenta e vira linguagem.
Uma linguagem que atravessa e nutre.

Um convite ao reposicionamento interno

Fechamos essa reflexão com uma pergunta: a sua marca está viva por dentro?

Porque é de lá que o marketing começa a fazer sentido. E porque só o que está vivo tem força para atravessar as mudanças do tempo e prosperar de forma duradoura.

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